Douro, é a denominação de um rio, de um Vale, de uma região, de uma origem vinhateira... Cuidado, pois ao terminar essa leitura, você começará a planejar a sua próxima viagem!
Normalmente o primeiro contato com o rio Douro começa pela sua foz na cidade do Porto e vai em direção ao Vale Douro, que fica entre a cidade de Peso da Régua indo até a fronteira com a Espanha. Mas, desta vez, vamos descrevê-lo no mesmo sentido da trajetória que as águas deste importante rio europeu faz pelas terras lusitanas. Vem com a gente para saber mais!
O rio Douro, cuja nascente é na Serra de Urbión na Espanha, atravessa o norte de Portugal, chegando ao Atlântico pela sua foz que se situa entre as cidades do Porto e Vila de Gaia. Ali, ele nos brinda com um belíssimo por do sol diariamente.
Para muitos, é considerado um dos mais belos da Europa. Afinal, as suas águas correm entre magníficas paisagens, cruzando parques nacionais e arqueológicos, montanhas e cidades. Navegável em toda a sua extensão, é pedra fundamental para o desenvolvimento econômico da região, onde era possível escoar toda a produção das suas margens.
Assim que as águas do rio Douro entram em terra lusitana, e deslizam pelo leito sinuoso entre as montanhas formando um vale de lindas paisagens, passa a denominar essa região como Vale do Douro!
Esse vale de beleza única e cheio de história foi declarado pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade na categoria paisagem cultural em dezembro de 2001.Também é conhecida como Região Vinhateira do Alto Douro ou Alto Douro Vinhateiro. Está subdividida em 3 áreas devido a fatores climáticos e socioeconômicos que são:
Douro Superior
É a maior e mais seca das 3 áreas. Inicia-se na fronteira com a Espanha e vai até a divisa com Cima Corgo. Além de abrigar diversas vinícolas, também abriga o maior parque arqueológico de pinturas rupestres da Europa e o parque natural do Douro.
Cima Corgo:
Situada entre Douro Superior e Baixo-Corgo, é a região que mais concentra as vinícolas. Além disso, é uma grande produtora de azeites. O relevo é mais acidentado e as condições climáticas mais árida.
Baixo Corgo:
O Baixo-Corgo é a região mais a oeste do Vale do Douro, recebe uma maior concentração de chuvas durante o ano. Possui a segunda maior concentração de vinícolas do Douro.
As áreas que hoje são conhecidas como Baixo Corgo e Cima Corgo eram grandes produtoras de Vinho do Porto, onde encontraram-se indícios de que existiram vinícolas há mais de 2.000 anos. E em Peso da Régua, que fica no Vale do Douro, no ano de 1756 criou-se a Companhia Geral das Vinhas do Alto Douro pelo então ministro Marquês de Pombal. Foi quando, por decreto, surgiu a primeira região demarcada e regulamentada do mundo.
Como a região de Cima Corgo é a mais seca e inclinada, para que fosse possível o cultivo das vinhas, os produtores foram moldando as encostas em platôs. Esse é um sistema de cultivo chamado de “Socalcos”, que é o mesmo sistema utilizado pelos Incas.
Mas nem sempre o Rio Douro foi totalmente navegável, pois havia um bloco de granito que impedia a navegação até a divisa com a Espanha. Esse bloco foi removido no reinado de D. Maria e a partir daí o cultivo das vinhas também se expendeu para o leste, que é a área conhecida como Douro Superior.
Mesmo com paisagens lindas e pitorescas cidades, o Vale do Douro tem como principal atividade socioeconômica a vitivinicultura. Por isso, é mundialmente conhecido por causa do Enoturismo, onde turistas visitam para conhecer as Quintas que produzem tanto os Vinhos do Porto, que é o mais famoso da região, como os vinhos DOC Douro.
O Alto Vinhateiro do Douro é a única região do mundo que pode produzir os chamados Vinhos do Porto, mas também oferece uma grande variedade de vinhos tintos e brancos que fazem parte da carta de DOC Douro.
Mas você pode estar se perguntando qual a diferença entre eles. Então, vamos a elas:
Vinho do Porto:
O vinho do Porto é um vinho licoroso e fortificado pela adição de aguardente destilada. Se a adição da aguardente for feita durante o processo de fermentação, ela será interrompida e o açúcar residual dará o sabor adocicado ao vinho. Caso a adição seja feita após o processo de fermentação natural dos vinhos, o açúcar terá sido consumido e produzirá um vinho do Porto Seco.
E claro, nem todo vinho fortificado pode ser chamado de vinho do Porto. Por isso, lembre-se que somente os vinhos produzidos dentro da região Demarcada e que seguem as regras de regulamentação que são estipuladas.
Existem vinhos do Porto brancos que são menos conhecidos e produzidos a partir de uvas brancas, e também os tintos. Eles recebem as seguintes classificações:
- Ruby
São jovens frutados de coloração intensa e não possuem safras, ficam de 2 a 3 anos em barris e o envelhecimento ocorre na garrafa;
- LBV Ruby
A sigla LBV significa Late Bottled Vintage, são produzidos a partir de uma safra específica e envelhecem em barris entre 4 e 6 anos;
- Tawny
São envelhecidos em barris e, portanto, mais elaborados que o Ruby, tem uma coloração mais para o castanho e possuem notas de frutas secas ou especiarias;
Tawny 10, 20, 30, 40 anos: Essa representação indica que esse Porto é um blend de várias safras, isto é, uma mistura de Porto com várias idades;
- Colheita
São vinhos Tawny que são produzidos de uma única safra específica e são envelhecidos por pelo menos 7 anos;
- Vintage
É o suprassumo dos Portos, eles são produzidos com uvas de uma excelente safra. O selo que garante a qualidade é expedido pelo Instituto do Vinho do Porto e Douro, pois são eles que determinam a excelência da safra;
- Single Quinta
Quando apenas uma quinta tem uma excelente safra, que também deve ser aprovada pelo Instituto do Vinho do Porto e Douro, os vinhos produzidos com essa uva, ao invés de receberem a classificação de Vintage, recebem a classificação “Single Quinta”.
Sobre o Vinho DOC Douro, vamos conhecê-lo melhor abaixo.
Em 1982 foi criada mais uma Demarcação de Origem Controlada para vinhos do tipo tranquilo, isto é, que não são fortificados e nem gaseificados como os frisantes e espumante. Essa DOC nasceu para demarcar os vinhos que são produzidos na região do Vale do Douro, que é o DOC Douro.
Além dos famosos Vinho do Porto, a região também produz o vinho que é consumido com maior frequência. As classificações desses vinhos podem ser:
Devido as diversas condições climáticas existentes no Vale do Douro, é possível produzir-se uma grande variedade de castas, claro que a maioria delas voltam-se para a produção do Vinho do Porto. As principais castas que utilizam-se para produzir o vinho branco são:
Já para a produção dos vinhos tintos, as principais castas são:
É difícil definir qual é a melhor época para você conhecer o Vale do Douro, pois cada época do ano tem a sua peculiaridade. Mas se você é o tipo de pessoa que sempre quero conhecer o melhor de tudo, vamos te contar o que acontece em cada período do ano:
As águas do rio Douro ficam mais calmas, a vegetação fica despida e os dias são mais curtos e frios. Terá mais dificuldade de encontrar um cruzeiro. Porém, é possível passear pelos miradouros da região, fazer as degustações nas Quintas, bem como aproveitar a gastronomia da região. Por ser baixa temporada, os locais que visitar estarão mais vazios e tranquilos.
As vinhas voltam a ser verdes, as amendoeiras e cerejeiras florescem, a cor retorna para o vale do Douro. Junto com as cores, os cruzeiros também retornam e as Quintas retomam os pic-nics... Ainda não é a alta temporada, portanto continua tranquilo;
A maioria dos europeus optam por passear durante o verão para passear e Portugal é um destino bastante amado pelo resto da Europa. Por isso, a procura pelo enoturismo do Douro é alta. Portanto, se você não se importa com a agitação, aproveite o verão no Douro!
Clima mais ameno, menos pessoas passeando e é a época da colheita das uvas, a vindima. Dessa forma, você poderá incluir a no seu passeio viver a experiência da colheita, pisar nas uvas e vivenciar o processo de produção do vinho do Porto.
Muitos turistas que visitam o Vale do Douro, fazem bate e volta saindo da cidade do Porto. Mas, se você tem mais tempo na sua viagem, o ideal é passar pelo menos uns 3 dias. Assim você poderá desfrutar ao máximo o que essa belíssima região tem para lhe oferecer. Veja algumas opções de locais para ficar:
Antes de iniciar os tours de enoturismo, dê uma escapadinha e se hospede em um dos muitos Hotéis Spa da região! Nós nos hospedamos no Hotel Douro 41 e foi uma excelente pedida!
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E aí, já está pronto para visitar o Douro e aproveitar tudo que essa região maravilhosa tem a oferecer? Conta pra gente nos comentários os seus planos de viagem 🙂
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